sábado, 10 de outubro de 2009

tanto tempo..estou mesmo aqui?

Os Homens são seres são presentes são pertences são génios. Acordam, em vez de dar graças ao dia de sol, resmungam não terem mais tempo para dormir Segue-se o dia, mais à frente prostituem-se ou lá o que fazem eles laboralmente.. implica a mente e o corpo, servem todavia simplesmente como outro Homem. Digo mal? Ouço respiro vejo, mas não sinto o teu instinto Estás vestido integralmente, tens contornos a mais, aqueles que os teus olhos conduzem seguramente não são reais.
Estaremos então a tornar-nos em animais? Gazelas, pernas finas com pompoms cor de mel olhares engatados, hipocritamente torneados com o pincel social que o Homem diz e mal faz!

Não pertenco aqui..onde então situar esta criatura, este Homem?

sábado, 12 de setembro de 2009

viva!

Viva tudo o que hoje nos aparece à frente, atrás ou de lado. de cima caiem os raios solares mais sei lá o quê, som?
mais esta melodia melodramática que hoje passou ao lado, felizmente disse-lhe viva!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Quando o Metro faz marcha atrás

Habituados a um certo estilo, modo de vida, pouca atenção damos às subtilezas da Natureza, do Homem.
O carteiro acaba de fechar a porta de casa, vai trabalhar numa segunda-feira contrariado como todas as segundas-feiras, fosse hoje uma sexta-feira o carteiro sairia mais cedo de casa, diria bom dia com um sorriso no olhar e um leve dia pousaria no mundo kg de abraços. Todavia neste complicado dia, surgem logo de manhã problemas no elevador. Não funciona. Não? Um palavrão ouve-se no extremo da rua, este Homem esquece-se que descerá as escadas sem esforço, mas naquele momento um pressentimento surge, vindo do estômago, um roncar em forma de aviso.
Flutuam somente as folhas no ar, pássaros piam desenfreadamente cumprimentos ilegíveis aos nossos olhos, são estrangeiros que partilham lado a lado a sombra das poucas árvores existentes.
As filas de carros uma linha directa ao centro da cidade fornecem, uma paisagem homogénea ao pintor da realidade visível, não questionada.
Um Homem de vestido vermelho atrai olhares indiscretos, que têm o seu fim (início?) no decote em brasa, é um dia de verão típico.
Ideias pressionadas na mente, suor, conspiração ou paixão, entretenimento audível no Metro, sentimentos enterrados não mortos. E como mortos-vivos ou vivos-mortos se o preferir, à espera sempre estamos, impacientes olhamos fugazmente outro olhar, outro pé, outra unha mal cortada, defeitos felizes e infelizes, olhares de dois segundos resultam preconceitos eternos, tradicionais.
Respiram o mesmo, o mesmo rosto, a mesma pele, a mesma paisagem obscura e artificial, o mesmo toque em diferentes texturas, um coração que bate ou não te chamariam de morto-vivo quando o Metro faz Marcha atrás.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

tudo em branco

Tudo perece agora.
Eu nada faço
para o impedir,
tudo em branco
por agora..

Lá, a boiar os meus olhos encontram onde poisar, uma árvore que pende os seus braços sobre a casa em ruínas, uma montanha núcleo convexo, um ponto imperceptível. Cai do céu o azul que aqui em baixo se torna verde, roxo, branco. Tudo em branco.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

pensamentos, lavagem da roupa

A lavagem de roupa é inferior a três euros no mundo transparentemente envenenado, inventado, invertebrado. Apenas existe nesta mente, tua agora. Podes esquecer, mas algo que esteja relacionado com roupa e com a sua lavagem te farão recordar deste mundo, dos três euros, de um mundo invertebrado.
São estes os pensamentos anónimos capazes de fabricar roupa de chocolate, de mel, de banana, de amêndoa. Uma perfeita imagem percorre agora no ecrã, bonito será tu próprio o imaginares, uma imagem aparece transparente na tua mente.

Palavras Lavagem
Palavras Lavagem Roupa
Palavras Lavagem Em
Roupa Palavras...

A flôr de casca dura

Até onde a vista alcançar, hoje olho-te com olhos de amêndoa, na minha mão presente o mundo está ou uma imagem do mundo. A meio caminho visualizo um plano desfocado na minha mente onde essa imagem mundana é esmagada com a chegada do comboio das treze. Ouvi antes dessa chegada um estalido, um espantalho, um Homem pergunta-me onde é a casa de banho, talvez mas não recordo com precisão o que foi perguntado, eu aponto-lhe a direcção com o olhar seguido do indicador erecto.
Homem que mija pergunta a uma senhora antes de mijar, pois claro. Adiante, o som característico do comboio traz lembranças de um mundo mais claro a meus olhos, os tempos de infância onde vi pela primeira vez uma flôr de casca dura.

sobre trabalho

desde quando dinheiro significa trabalho?
desde quando trabalho significa segurança?
desde quando segurança significa dinheiro?

o queijo o rato comeu.
o rato o queijo comeu.
o rato e o queijo e eu.


sábado, 1 de agosto de 2009

Uma casa o que representa?

São seis da tarde estás cansado um dia longo tiveste vais para casa descansar vais dormir.
Uma casa é apenas uma casa, feita de tijolo, pedra, palha, cartão, lixo. A mesma vista da janela, da porta, da varanda, a mesma tristeza alegria verde cinzento betão, só, a natureza não vê o Homem como um obstáculo, somos por ela abraçados, dá-nos bons dias e boas noites, beija-nos a face com o seu calor ou arrefece os nossos corações com dias gelados, por vezes somos por ela ameaçados, pensamos, somos mesmo?
Uma casa, cada uma delas, representa o nosso encerramento, representa o nosso próprio distanciamento, representa uma casa.
Quem nós somos uma casa não representa.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

dias cinzentos

um miar aproxima-me de um mundo pobre, só, uma onda de remorsos invade-me por completo, sou agora desprezível, covarde, o meu coração foi calado pela voz matriarca e vejo-me a escrever sobre dias cinzentos em noites escuras...
Num comboio viajo eu, a minha mente, a minha saudade, o meu corpo, os meus olhos apenas vêm a paisagem apressadamente, um súbito relâmpago em forma de cor, cheiro, toque. No meu assento encostada ao banco leio as horas que por mim passam devagar e um doce toque com cheiro a terra molhada me arrepia desde à pele que me contorna, que contorna o mundo até às pontas dos cabelos. Um som arrepiante se segue, eu olho para trás nada vejo, a meu lado carros passam, do outro o mar beijado por um céu pleno de sentimentos de cor azul. A via é clara, silenciosa, soberba e intocável, viajo eu enquanto presente.
Vem comigo.
Uma flôr deixei em cima da cómoda, ela lá jaz docemente à espera que tu a pegues e que ma dês.